sexta-feira, 16 de maio de 2014

A chaptalização continua na Europa

O lobby dos traficantes de açúcar é muito poderoso e não permitiu que a União Europeia banisse a prática de utilização de açúcar pela indústria do vinho.

Vários produtores top de Bordeaux tomaram a rara medida de adicionar açúcar ao mosto durante a vinificação das uvas da safra de 2013, a fim de elevar os níveis de álcool em seus vinhos - processo conhecido como chaptalização.


"Inicialmente a graduação alcoólica do mosto nos tanques era de 12,25%, e nós chaptalisamos até atingir 13%", disse Thomas Duroux do Château Palmer.

A última vez que isso aconteceu em Bordeaux foi em 1994. Em 2013, fatores climáticos desfavoráveis provocaram uma corrida entre a maturação e o apodrecimento das uvas. Está sendo considerada uma das mais desafiadoras safras das últimas décadas.

A chaptalização da uva pré-fermentada esteve perto de ser proibida pela União Europeia em 2008 como parte da reforma do setor vitivinícola. No final, manteve-se legal, com limites estabelecidos para as diferentes zonas geográficas de vinificação.

Regras oficiais para a safra 2013 de Bordeaux é que o château não pode adicionar mais do que 1,5% (álcool por volume) para os seus vinhos através da chaptalização. Resta aguardar para saber o quanto isso afetará a qualidade do produto final.


Fonte: Revista Decanter, junho de 2014.

Um comentário:

  1. Tanto a União Européia quanto o Mercosul CONDENAM a adulteração do vinho via chaptalização". O que acontece é que os traficantes de açúcar são mais poderosos. No caso do Mercosul, o Brasil praticava esse tipo de adulteração (vinho "suave", etc.) enquanto Chile e Argentina proibiam. E o Mercosul recomendava que o Brasil "parasse com essa prática". O que prevaleceu foi que entre os traficantes de açúcar e o Mercosul quem ganhou foram os traficantes de açúcar. Tenho visto vinhos com rótulos originais de nossos vizinhos contendo a expressão "medio dulce". Que merda é essa?

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